A educação na antiguidade grega: Paideia

 

A educação na antiguidade grega:

 

CONTEXTO HISTÓRICO

 

A Grécia Antiga era composta de diversas unidades políticas autônomas, constituídas cidades-estados. As diferentes cidades tinham em comum o idioma e a religião e algumas semelhanças nas instituições sociais e políticas.  Os gregos se autodenominavam helenos (de Hélade) e aos demais povos de bárbaros.

A civilização micênica: 2000 a.C até XII a.C.

Vivem em regime de comunidade primitiva. A figura do guerreiro tem grande importância. Conquista de Tróia por Aquiles, Ulisses e Agamémnon. No final do século XII a.C. a Grécia é invadida pelos bárbaros e entra em um período obscuro até IX a.C.. A invasão causa a fuga de alguns moradores para Ásia Menor, onde funda colônias que tornam-se prósperas por causa do comércio.

Tempos homéricos: XII até VIII a.C.

Chamados homéricos devido à figura de Homero e as obras Ilíada e Odisséia, comumente atribuída à sua autoria. Predomínio da concepção mítica do mundo. Assim chamado porque naquela época teria vivido Homero (talvez IX a VIII a.C.). Mitos gregos recebiam forma poética e eram transmitidos oralmente em praça pública pelosa aedos e rapsodos[1], dentre eles Homero – provável autor das epopéias Ilíada e Odisséia. Não se pode afirmar que Homero existiu com certeza.

Período arcaico: séculos VIII a VI a.C.

Grandes transformações nas relações sociais e políticas. Importantes novidades, dentre elas a escrita – ressurge nessa fase, permite maior abstração, desperta o confronto de ideias e estimula o espirito crítico, logo está desconectada da religião (dessacralização). Surge também à utilização da moeda (revoluciona, superando o sistema de troca), formação das cidades-estados (poleis[2]), o aparecimento dos primeiros filósofos. É um momento de uma nova visão de mundo e do indivíduo.

 

Várias lutas denunciavam a crise social e política que resultou do conflito entre a aristocracia rural e os comerciantes em ascensão. As leis escritas favoreceram o acesso dos ricos comerciantes ao poder e no final do séc. VI a.C. as reformas de Clístenes deram condições para o nascimento, no séc. seguinte, de uma nova ordem política: a Democracia. A pólis se constituiu com a autonomia da palavra, não mais a palavra mágica dos mitos, mas a palavra humana do conflito, da argumentação. Finalmente surgiu o filósofo. Estes pensadores, entre eles Tales e Pitágoras, também eram responsáveis por uma “física” nascente e pela formalização da matemática e da geometria.

Período clássico: séculos V e IV a.C.

 

Apogeu da civilização grega: manifestação intensa das artes, literatura e filosofia que veio a delinear o que viria a ser herança cultural do mundo ocidental. O auge da democracia é representado por Péricles (séc. V A.C.), estratego (comandante militar) de Atenas. Tratava-se de uma democracia escravista, onde apenas homens livres eram cidadãos, sendo apenas 10% que tinham o poder de decidir por todos (o restante era escravo, mulheres e estrangeiros).

Período helenístico: séculos III e II a.C.

 

Registra a decadência política. Desavenças entre Esparta e Atenas culminaram em guerra, saindo derrotada Atenas. Daí aproveitou-se o rei Felipe da Macedônia para conquistar cidades gregas. Mais tarde seu filho Alexandre expandiu suas conquistas pela Ásia e África, formando um império. Mas mesmo tendo a Grécia sido dominada, sua civilização não foi destruída. Após a morte precoce de Alexandre o Grande, em 323 a.C., o império se fragmentou, e por voltados séc. II e I a.C. os romanos não só se apropriaram do território, mas assimilaram as expressões culturais gregas. Essa fusão deu origem ao que se chama cultura helenística.



[1] Poetas-aedo e Poetas-rapsodo — o primeiro era acompanhado de um instrumento musical chamado de forminx; o segundo declamava poemas em pé, sem o auxílio de instrumentos. Nessa ordem, o mito como poesia passava da musa para o poeta aedo e, mais tarde, para o rapsodo. Eram homens considerados “escolhidos pelos deuses”, cujo pensamento não tinha compromisso com a lógica ou razão, mas suas palavras tinham a força da verdade absoluta (dogmas), pois as coisas que eles diziam, os mythos, eram sagradas, incontestáveis, inquestionáveis

 

[2]pólis (πολις) - plural: poleis (πολεις) - era o modelo das antigas cidades gregas, desde o período arcaico até o período clássico, vindo a perder importância durante o domínio romano. Devido às suas características, o termo pode ser usado como sinônimo de cidade. As poleis, definindo um modo de vida urbano que seria a base da civilização ocidental, mostraram-se um elemento fundamental na constituição da cultura grega, a ponto de se dizer que o homem é um "animal político". Nessa comunidade organizada, formada pelos cidadãos (no grego “politikos” ), isto é, pelos homens nascidos no solo da Cidade, livres e "iguais" (vale lembrar que nenhum individuo da pólis é exatamente "igual" ao outro, por que eles tem diferentes aspirações tanto para si quanto para a cidade, o que muitas vezes levaram a conflitos separatistas ou mesmo emigração pra fundação de novas cidades-estados fora dos limites das anteriores).

 

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